quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Cuidar da vida, cuidar do mundo.

Iniciamos o século 21 com inquestionáveis avanços tecnológicos e científicos, porém, o atual sistema mundial, apesar de sua prepotência, está desmoronando e os resultados são visíveis.

O homem avançou tecnologicamente, em contrapartida, o ser humano perdeu a essência da humanidade; que segundo uma tradição filosófica, reside no cuidado.

Como defende o teólogo e escritor brasileiro Leonardo Boff: "O cuidado é aquela condição prévia que permite o eclodir da inteligência e da amorosidade." No entanto, a fome de domínio a qualquer preço, o desejo insaciável de conquistar, sem a sutileza do mínimo de cuidado, condicionou a humanidade para um estágio histórico de caos. Neste mundo caótico, classes são dominadas, povos oprimidos, pessoas discriminadas, natureza explorada.

Na lógica do progresso e desenvolvimento ininterrupto e crescente como forma de criar condições para a felicidade humana, propaga-se a destruição das bases que sustentam a verdadeira felicidade.

Faz-se urgente o resgate da prática do cuidado como gesto de amor e proteção. É preciso resgatar hoje, como ética universal, a atitude de cuidar.

Hoje, diante da desordem global, vozes se somam ao exército de pessoas que já estão convencidas de que só há saída para mudar o rumo perverso da história, com uma mudança de estruturas.

Um mundo sem pobreza e desigualdade é possível, porém não cairá do céu, nem surgirá de manhã num dia qualquer. Como virá? Quem o construirá? O que fará com que ele vá surgindo?

É certo que, o primeiro passo para construir este mundo é sonhá-lo. O novo não virá, a não ser que muitos e muitas o sonhem utopicamente, esforcem-se para configurá-lo como sonho e projeto, como esperança.

Para um novo mundo, é imprescindível repensar os paradigmas, rever conceitos e valores para novas práticas e atitudes. Mais do que nunca, diante deste sistema neoliberal e capitalista que impõe valores cada vez mais distorcidos, é urgente que se faça do sonho realidade para abrir caminhos de ação e transformação.

A pobreza e a desigualdade serão vencidas, quando o ser humano for educado, condicionado para o protagonismo, tornando-se sujeito que toma parte principal dos acontecimentos e transformações; sendo ator e interlocutor nas mudanças.

Cuidar da vida, cuidar do mundo. Eis o grande desafio que se cumprirá, à medida que, homens e mulheres acreditando na mudança estrutural como responsabilidade de cada cidadão no seu agir cotidiano e comprometido com a realidade, a partir de suas possibilidades, criem novas condições de vida pela própria capacidade de cada um, seguindo a regra vital de cada dia e em cada lugar.


Paulinho Cardoso

Um comentário:

  1. Pois é.... seu mané!!
    Não vai dar tempo de ler tudo agora... mas é essa parada aí... rsrsrs Mais tarde volto e deixo meus comentários, ok??

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